CBMM projeta aumento da produção de nióbio para baterias veiculares até 2030

Metal produzido em Minas Gerais pela companhia melhora as propriedades de carga e de durabilidade

Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

Metal produzido em Minas Gerais pela companhia melhora as propriedades de carga e de durabilidade

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O mercado brasileiro de veículos elétricos ainda representa pequena parcela do mix total de vendas no país e a fabricação local de componentes ligados a estes modelos, como as baterias, ainda é algo incipiente. Contudo, a produção regional de óxido de nióbio, material que promete revolucionar as aplicações desse componente, é crescente.

A CBMM, com sede em Araxá (MG) é uma das maiores produtoras globais do insumo e suas projeções acerca da capacidade de fabricar o material de acordo com a demanda por baterias veiculares indicam que o volume de pedidos puxados pelo mercado interno vai aumentar.

Novos clientes 

Na quinta-feira, 31, a companhia anunciou parceria com a fabricante de motocicletas Horwin Brasil para desenvolvimento e aplicação de bateria do tipo íon-lítio com nióbio em seus veículos, medida que também tem como parceiro a fabricante de baterias Toshiba.

O case se soma a outro que também leva a assinatura da CBMM, no caso, o projeto de uma bateria para os ônibus fabricados pela Volkswagen Caminhões e Ônibus em Resende (RJ). De acordo com Rogério Marques Ribas, gerente do programa de baterias da companhia, os dois exemplos servem para mostrar que há demanda no país.

“Hoje já temos uma capacidade de produção acima da demanda mundial. O que o Brasil precisa, dentro deste contexto, é criar mecanismos para que haja produção local de baterias, pois há uma forte tendência de crescimento da demanda interna”, contou o executivo em transmissão online.

Traduzindo a expectativa em números, a CBMM trabalha com a projeção de produzir 50 mil toneladas/ano de dióxido de nióbio até 2030 para atender exclusivamente o setor automotivo na região. Hoje, o volume gira em torno de 10 mil toneladas/ano.

Material estratégico

O nióbio é visto como elemento importante na constituição das baterias veiculares. O material, em substituição ao carbono dentro do conjunto, proporciona, segundo a CBMM, maior durabilidade da bateria, aumento da capacidade de carga e redução do tempo de recarga.

“Uma bateria íon-lítio comum hoje no mercado tem durabilidade de cerca de 2 mil ciclos, mais ou menos 7 anos. A bateria com o nióbio pode chegar a 20 mil ciclos”, disse Priscila Favero, CEO da Horwin. Um ciclo é equivalente ao processo de carga, uso e recarga, nessa sequência.