Centro Tecnológico Randon reúne laboratórios, pistas e equipe especializada em desenvolvimento e homologação de veículos leves e pesados, com soluções para a indústria da mobilidade
A indústria automotiva está sempre inovando, o que demanda também aprimoramento tecnológico, novos parâmetros e suas validações. Atenta a este movimento, as Empresas Randon entenderam as necessidades do setor para criarem o mais completo espaço de desenvolvimento, testes e homologações veiculares da América Latina.
O que nasceu em 2009 como Campo de Provas de um dos principais grupos fabricantes de autopeças e implementos rodoviários do país, hoje é o Centro Tecnológico Randon (CTR). Localizado em uma área de 92 hectares em Farroupilha, na Serra Gaúcha, o complexo, nos últimos três anos, recebeu mais de R$ 50 milhões em investimentos para se tornar uma estrutura atraente e disponível à indústria automotiva, com seus laboratórios, mais de 20 tipos de pistas e corpo técnico especializado.
“O CTR foi redesenhado para atender a diversos segmentos da indústria e teve sua visão estratégica ajustada. Identificamos a necessidade de ter nossa estrutura de pistas e laboratórios preparados para realizarem validações nacionais e internacionais”, explica Cesar Augusto Ferreira, diretor de Inovação e Desenvolvimento de Produto das Empresas Randon e diretor responsável pelo CTR.
Lá, montadoras, fornecedores e sistemistas conseguem validar e homologar desde automóveis de passeio e veículos agrícolas, até caminhões e implementos, passando pelos mais diferentes componentes automotivos e industriais. Trata-se do maior centro de tecnologia aberto da América Latina.
O que o setor demanda em termos de serviços pode ser feito no CTR com otimização de tempo e custos. Dentro do conceito One Stop Shop, montadoras e fabricantes de autopeças podem realizar o desenvolvimento completo de seus produtos, desde avaliação virtual, construção de protótipos, até os testes de validação e homologação para a aplicação final. Isso tudo dentro do mesmo espaço.
Além desta conveniência em termos logísticos, o CTR oferece seu time de engenheiros e técnicos especializados e estrutura completa para a execução e acompanhamento de todos os seus serviços.
Segurança institucional
Mas e como fica a questão da confidencialidade? Afinal, só as pistas podem reunir 11 testes diferentes e os laboratórios têm capacidade de fazer 18 avaliações simultâneas. O CTR tem compromisso de sigilo absoluto em todas as suas atividades, para garantir a preservação de tudo o que é executado dentro de suas instalações.
Desde acesso restrito e cercado de forte esquema de segurança e uma “barreira verde” de árvores – que impede a visibilidade de curiosos e “paparazzos” automotivos -, até posto de combustíveis e pontos de recarga internos, o que dispensa a saída de veículos do CTR para abastecimento. Além disso, existem áreas de sigilo dentro do próprio complexo.
As próprias equipes das montadoras e fornecedores que acompanham as validações têm à disposição espaços individualizados. Desta forma, podem analisar os dados coletados nos testes em salas com privacidade.
“Nossa estrutura está disponível com espaços adequados, com sigilo e segurança absoluta. Sem falar na conveniência de ambientes preparados para oferecer uma experiência personalizada para cada cliente, que precisa trabalhar com tranquilidade e sem riscos de nenhuma ordem”, destaca César.
Diferentes ensaios
A variedade de soluções transformou o CTR em um hub de engenharia, onde diversas empresas buscam o centro para homologar veículos e componentes. Hoje, 60% dos testes realizados no complexo são destinados a empresas de fora do Grupo Randon.
Suas pistas e laboratórios estão alinhados com as necessidades previstas nas normativas mais atuais. E também são consideradas as legislações em discussão que regularão novas tecnologias.
Importante lembrar que as metas estabelecidas pelo Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) preveem também a diminuição no nível de poluição sonora, e que a nova fase L8 será mais severa e gradativa, com etapas em 2025, 2027 e 2029.
Dentro deste cenário, o CTR possui duas pistas de ruídos de passagem já em conformidade com as mudanças na legislação e com certificação internacional. São áreas para ensaios de medição acústica homologadas de acordo com padrões globais e capacitadas para emitir laudos e relatórios acreditados.
Outro exemplo recente do caráter de vanguarda do CTR: com a obrigatoriedade de controles eletrônicos de estabilidade e tração, a empresa investiu R$ 20 milhões, em 2020, para a construção do VDA (Vehicle Dynamic Area), com 53 mil m², para realização de ensaios dinâmicos e testes de ESC e ABS. Este novo espaço conta com uma área de mais de 150 metros de diâmetro, além de pista de baixo atrito com 1.800 m2 (300 m x 6 m), sendo a mais longa e mais larga do Hemisfério Sul. Esta estrutura está preparada para avaliar, com segurança, a estabilidade de veículos longos e pesados como rodotrens e ônibus articulados.
Laboratórios estruturais
A estrutura de laboratório é outro diferencial do CTR. São 18 atuadores servo-hidráulicos com capacidade para até 220 toneladas, cada. Com estes equipamentos de última geração é possível avaliar a durabilidade de diferentes componentes com elevada precisão.
Esses laboratórios representam otimização de custo e tempo. Uma falha que seria detectada apenas na aplicação, pode ser descoberta e resolvida no ambiente laboratorial, antes mesmo de o veículo sair a campo. Joel Ciapparini, gerente do Centro Tecnológico Randon, explica que isso pode significar economia e redução de vários meses no desenvolvimento de um produto.
“Conseguimos hoje simular várias disciplinas, o que contribui para o teste ser mais efetivo. Ganha-se tempo e dinheiro. Temos o caso de um cliente em que detectamos o problema no laboratório e apresentamos a solução em menos de sete horas de algo que, se fosse só na pista, seria detectado após mais de um mês”, exemplifica o executivo.
Diário de bordo
A agilidade é garantida também pela parceria e personalização dos serviços. De acordo com a demanda da empresa, a equipe do CTR adequa os ensaios dentro de sua estrutura. Por exemplo, simula situações específicas de rodagem em suas pistas com características especiais, além de determinar o carregamento ideal do veículo testado.
“Quem contrata não precisa se preocupar com a mão de obra nem com infraestrutura. Temos equipamentos para carregamento, dispositivos de segurança, cavalo mecânico e semirreboques para acoplar. Também é possível mudar o centro de gravidade para alguma manobra. Basta o cliente demandar as necessidades”, explica o gerente do CTR
Existe ainda o acompanhamento em tempo real dos testes, em uma espécie de diário de bordo. Qualquer problema que surja é reportado imediatamente ao cliente para tomada de ação. Além do diagnóstico, o time CTR também consegue contribuir na sugestão de melhorias do produto para a equipe de engenharia do cliente.
Inovação no radar
O Centro Tecnológico Randon, assim como a indústria, está em evolução. E atenta às tendências do setor para inovar em termos de desenvolvimento de produtos, testes e validações. Além dos investimentos em novas áreas para avaliação dinâmica e de ruídos, o CTR também está em processo de certificação das pistas específicas de teste e homologação de pneus. Buscando, é claro, estar sempre preparado para o futuro.
Os equipamentos de auxílio ao motorista, que atendem pela sigla ADAS e que permitem diretamente a condução semiautônoma (e, futuramente, autônoma), além do inevitável processo de eletrificação dos veículos, também exigirão novas homologações a médio e longo prazos.
“As tendências automotivas estão mapeadas e dentro do nosso radar. Analisamos hoje o que deverá estar disponível em 10 anos ou mais em nosso país. As montadoras precisarão validar sistemas como ADAS em suas plataformas locais e se fará necessária a disponibilização de estrutura e meios para isso”, ressalta César Augusto Ferreira.
O desafio sempre consistirá em estudar e mapear essas tendências. Novamente, reforçar parcerias garantirá previsibilidade e melhor entendimento das futuras necessidades do mercado. Só assim, estruturas como o CTR poderão definir suas estratégias de investimentos.
“Podemos desenvolver dispositivos para conceitos de smart cities, por exemplo. Temos uma grande área com espaço e segurança. Mas precisamos entender como essas tecnologias estarão inseridas no mercado latino-americano e o que a evolução tecnológica vai trazer para que estejamos preparados para atender e investir no ponto certo”, adianta o diretor do CTR.
Inovações virão, mas sempre dentro do conceito atual. Para o executivo, o Centro Tecnológico Randon funciona dentro de uma tríade que fará do complexo gaúcho uma referência no segmento: funcionalidade, infraestrutura e qualidade de atendimento. E que está preparado para uma demanda crescente.
“A indústria cada vez mais necessitará de estruturas para atender a demanda que a legislação exigirá. Temos solução de padrão internacional para desenvolvimento e homologação de veículos de diversos segmentos, com segurança e todos os requisitos que o profissional desse setor demanda”, acredita César.