Novo Bolt abre a leva de carros elétricos da GM para o Brasil

Com novo desenho, mais equipamentos e mesmo motor, hatch zero combustão marca nova fase de eletrificação da montadora no Brasil

Fernando Miragaya

Fernando Miragaya

Com novo desenho, mais equipamentos e mesmo motor, hatch zero combustão marca nova fase de eletrificação da montadora no Brasil

O segundo turno da eletrificação começou para a General Motors no Brasil. A fabricante acaba de apresentar oficialmente o novo Bolt. O hatch zero combustão foi remodelado, ganhou mais equipamentos e dá o ponto de partida em uma outra fase da estratégia de eletrificação da empresa para o mercado brasileiro.

O novo Chevrolet Bolt começa a ser vendido com preço de R$ 329 mil com pouco mais de um ano de atraso. Culpa dos casos de incêndio das baterias fornecidas pela LG – que obrigaram a GM a parar a produção até que a empresa coreana resolvesse o problema – e também da constante falta dos danados dos semicondutores.

Quem vem depois do novo Bolt

Resolvido esses problemas, o Bolt chega para abrir a porteira dos lançamentos elétricos da Chevrolet. Depois do hatch, só a carroceria que todo mundo quer: SUV. Na sequência, chegam Bolt EUV (variante crossover do modelo) e as opções EVs de Equinox e Blazer – o utilitário esportivo vendido nos EUA, que nada tem a ver com o Trailblazer nosso de cada dia.

O hatch (que tem um jeitão parrudo e um quê de monovolume) mudou bastante no desenho. Na frente, elementos geométricos no conjunto óptico, grade e para-choque foram redesenhados. As rodas de liga-leve são em dois tons e a traseira tem lanternas destacadas, com as luzes do freio em filetes posicionados na parte inferior do carro.


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Dentro, um upgrade e tanto. O acabamento no painel ficou bem melhor. A GM também mudou banco, volante e painel das portas do Bolt. O console central também foi redesenhado, principalmente porque a alavanca do câmbio automático deu lugar a comandos por botões. 

O quadro de instrumentos é o mesmo, mas a central multimídia mudou. Agora vem equipada com aplicativos nativos, como Spotify e Alexa. 

Motor, autonomia e recarga do novo Bolt

Em equipamentos, destaque para os 10 airbags e para os itens de condução semi-autônoma. O novo Bolt chega importado dos Estados Unidos com controle de cruzeiro adaptativo com detecção de colisão e frenagem automática de emergência, assistente de manutenção de faixa, sensor de ponto cego e alerta de movimentação traseira.

O motor é o mesmo de 203 cv e 36,7 kgfm de torque instantâneo. Segundo a fabricante, o 0 a 100 km/h pode ser feito em 7,3 segundos a bordo do novo Bolt. 


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O elétrico pode ter as baterias “abastecidas” em até 9h30 com o Wallbox Pulsar Plus, carregador de 7,4 kWh que é vendido por cerca de R$ 10 mil – preço aproximado em São Paulo, que inclui instalação. O produto será oferecido gratuitamente para os 40 primeiros compradores do carro.

A autonomia chama a atenção. São 459 km pelos padrões WLTP (europeu) e 416 km pelas normas do EPA (dos Estados Unidos). Nada mal, mesmo para quem roda 60 km diariamente. Lembrando que o carregador rápido promete 40 km de alcance com apenas 1 hora na tomada.

Como é o novo Bolt ao volante

Eu dirigi o Bolt por duas voltas no circuito de cerca de 4 km do Campo de Provas de Cruz Alta, o centro de desenvolvimento da GM, localizado em Indaiatuba (SP). Dentro da cabine, o banco agrada pela densidade e formato, que acomoda bem o corpo. 

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O volante tem boa pegada e a ergonomia continua satisfatória. A central multimídia é intuitiva, mas visualmente podia ser mais high-tech. O espaço para o joelho direito melhorou graças ao console central mais minimalista, agora apenas com comandos e botões, sem manopla do câmbio. 

Dada a partida, o carro mantém o acerto de suspensão mais macio e que prioriza o conforto. Isso foi logo percebido nas partes da pista de testes da montadora que simulam diferentes – e maltratados – tipos de piso. O hatch elétrico até filtra bem as imperfeições do solo, mas os reflexos na direção são imediatos.

Nas retas do circuito da GM, momento de acelerar e, como todo carro elétrico, a resposta é imediata. Anda mais com um torque instantâneo de 36,7 kgfm. O ponteiro do velocímetro sobe rápido e facilmente se passa dos 120 km/h permitidos no trecho da pista.

No setor que simula uma serra sinuosa em Cruz Alta, o hatch se comporta bem e a carroceria mostra uma construção sólida, sem (mais uma vez) comprometer o conforto. A direção, contudo, merecia uma assistência mais variável nas curvas para ser mais direta. 

Cartas na mesa

A proposta do novo Bolt está bem clara, seja em posicionamento de preço, equipamentos ou mesmo ao volante. Vai ser a porta de entrada desta nova fase de eletrificação da GM no país.

O novo Bolt chega para se posicionar não na base dos elétricos do mercado, como Renault Zoe e Fiat 500e, que são mais compactos. O carro da GM fica um pouco acima do Nissan Leaf, que custa R$ 293 mil. O modelo nipônico é pouco mais espaçoso, mas consideravelmente menos equipado. 

O Bolt tem a seu favor ser um modelo mais atualizado. E de ter o suporte de uma rede de concessionárias com mais de 500 pontos de venda em todo o país. O que pode servir de tranquilidade para aquele consumidor de carro elétrico que ainda tem muitas questões na cabeça.