Com falta de chips, montadoras deixaram de produzir 170 mil veículos

Ocorreram 20 paradas nas fábricas no primeiro semestre por causa da escassez do componente no mercado

Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

Ocorreram 20 paradas nas fábricas no primeiro semestre por causa da escassez do componente no mercado

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A falta de componentes nas linhas de produção levou as montadoras a fabricarem 5% menos veículos no primeiro semestre, na comparação com o volume registrado no janeiro-junho do ano passado. De acordo com a Anfavea, o quadro de escassez gerou números preocupantes no período: até junho, ocorreram 20 paradas nas linhas de montagem, totalizando 357 dias de inatividade e um total de 170 mil veículos a menos nos pátios.


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“O semestre até que foi positivo diante da situação logística. Não esperávamos guerra nem fechamento de portos importantes na Ásia. Por outro lado, preocupa o nível de produção de veículos do Brasil, que caiu assim como em outros mercados”, disse na sexta-feira, 8, Marcio de Lima Leite, presidente da associação que representa as montadoras instaladas no país. Até junho as fabricantes produziram pouco mais de 1,091 milhão de unidades.

Apenas em junho, a produção nacional somou 203,5 mil veículos, 21,5% a mais do que em junho do ano passado e queda de 1% ante a produção realizada em maio. Para o presidente da Anfavea, o desempenho visto no final do semestre mostrou estagnação em termos produtivos, e que as quedas observadas no primeiro trimestre, quando se acentuou a crise dos chips, puxaram o desempenho das linhas para baixo.

Produção de veículos por segmento

A produção de veículos leves até junho somou 1,006 milhão de unidades, 5,5% a menos do que no janeiro-junho do ano passado.  Deste total, 844 mil unidades correspondem aos modelos leves (queda de 3,5% ), e 162 mil unidades tratam dos modelos comerciais leves (queda de 14%).

Já a produção de caminhões chegou a 71,7 mil unidades no acumulado do ano até junho, apontou o balanço da Anfavea. O resultado representa retração de 4% ante o resultado observado em igual período em 2021. Pesou aqui no desempenho as paradas de produção, como a que ocorreu com a Mercedes-Benz e com a Scania.

A produção de chassis de ônibus, por outro lado, cresceu no primeiro semestre. Foram produzidas13,3 mil unidades até junho, alta de 30% ante o janeiro-junho do ano passado. A produção de modelos urbanos somou 11,5 mil unidades (alta de 26%), enquanto que a produção de chassis para modelos rodoviários chegou a 1,8 mil unidades (52% a mais).

Até junho aumentou o número de funcionários do quadro geral das montadoras. Em junho foram registrados 102,5 mil trabalhadores, segundo o levantamento da Anfavea. Em maio, o quadro era formado por 101,8 mil funcionários.