Vendas de pesados foram puxadas por cargas industrializadas e fabricante projeta crescimento do mercado geral em 2025
A Fenatran 2024 foi palco para a Scania mostrar novidades, mas principalmente valorizar seus números. A fabricante sueca celebra o recorde de vendas no Brasil, com 14 mil unidades no acumulado de janeiro a setembro, e sonha em manter a participação de mercado perto de 30%.
O segmento de pesados, evidentemente, é o carro-chefe da fabricante. Foram mais de 13 mil unidades na soma dos nove meses, market share de 28% e aumento de 7,4 pontos percentuais em comparação com 2023.
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Com isso, a Scania espera fechar 2024 com essa participação de mercado nos pesados entre 27% e 29%. Projeções embaladas pela demanda do setor industrial, que, assim como ocorreu com a Volvo, compensou o fraco desempenho do mercado do agronegócio – que responde por 45% das vendas totais da Scania.
“O agro está em um ano desafiador em função do clima, o que foi compensado pela carga industrializada”, explica Alex Nucci, diretor de vendas de soluções da Scania.]
Ampliação do portfólio foi fundamental para a Scania
A montadora também atribui as boas vendas gerais à ampliação de portfólio em mais de um segmento, o que possibilitou à empresa buscar novos mercados. Além dos pesados, a Scania investiu nas categorias off-road e de semipesados.
Entre os semipesados, a fabricante que era mais focada no setor de carga seca, expandiu a linha 7 litros para usos em transportes de carga geral, baú e frigorífico.
Tanto que em seu estande na Fenatran, a Scania destacou os novos caminhões semipesados P 250 4×2, P 280 6×2 e P 280 6×4 com motor 7 litros para segmentos onde a marca não atuava. Segundo Alex Nucci, a companhia já negociou cerca de 100 unidades desta nova linha.
Marca quer dobrar vendas em 2025
Entre os semipesados, a propósito, a Scania também faz questão de chamar atenção para os números. Mesmo que sobre uma base fraca, licenciou 1.079 unidades na soma até setembro, o que significa alta de 60% em relação a 2023. A meta para 2025 é dobrar as vendas na categoria.
Por falar no próximo ano, as expectativas da Scania são otimistas. A montadora projeta um mercado até 5% maior que o de 2024.
“O mercado tem potencial para crescer. As projeções para o PIB e para o agro são positivas e outros mercados estão crescendo”, diz Nucci.
A aposta abrange vários segmentos, como mineração, embalado pela exploração de níquel, e o de cana-de-açúcar. Celulose, sucroalcooleiro e cargas frigoríficas são outros setores que motivam o otimismo da fabricante.
“Não consigo enxergar, hoje, um segmento ruim”, aposta o diretor de vendas da Scania
Scania estreia caminhão elétrico na Fenatran
A montadora também reservou holofotes para a primeira aparição pública do seu caminhão elétrico. O G30 tem motor de 300 kW, promete autonomia de 250 km e tempo de recarga em até 50 minutos.
A Scania, inclusive, já debate com cinco empresas – três embarcadores e duas transportadores – meios de viabilizar as operações com o novo caminhão elétrico.
“São empresas que vão debater conosco aspectos de infraestrutura e operação para buscarmos um TCO (Total Cost of Ownership) que se aproxime da viabilidade. O exemplo que deu certo com nossos caminhões a gás desperta a curiosidade das empresas para o elétrico”, explica Nucci.