No começo de setembro, companhia anunciou corte de 3,6 mil trabalhadores, mas sindicato da região sentou na mesa por um acordo
Os trabalhadores da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo aprovaram proposta para reduzir o impacto da terceirização de parte de suas operações anunciada em setembro último. Firmado entre a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o acordo prevê um Plano de Demissão Voluntária (PDV) para todos os funcionários da fábrica, além de requalificação desses trabalhadores.
Leia também:
– Após demissões, Mercedes-Benz tem novo fornecedor e observa crise dos chips
– Funcionários da Mercedes fazem paralisação contra terceirizações
O plano oferece pagamento fixo de 12 salários, além de um valor variável de um salário por ano trabalhado até o teto de 22 pagamentos. As pessoas já aposentadas receberão ainda bônus equivalente a dois salários. A adesão ao PDF está disponível aos funcionários com pelo menos três anos de empresa.
Outro benefício acordado entre a Mercedes-Benz e o Sindicato é a garantia de plano de saúde até dezembro de 2023, além de vale-alimentação por 12 meses. O consenso entre as organizações também prevê que os trabalhadores que têm contrato de trabalho com prazo determinado terão prioridade em uma possível recontratação, em caso de retomada do crescimento da produção.
Em busca de sustentabilidade nos negócios
No início de setembro, a Mercedes-Benz anunciou que demitira 3,6 mil empregados de São Bernardo do Campo (SP). Desse total, o objetivo da empresa era dispensar 2,2 mil pessoas e renovar o contrato temporário das outras 1,4 mil.
O motivo seria o atual momento de desafios financeiros, com pressão de custos e mudanças nas dinâmicas do mercado. Segundo a montadora, o movimento ajudaria a buscar competitividade com a terceirização de alguns processos, como a produção de eixos dianteiro e transmissão média, bem como os serviços de logística, manutenção e ferramentaria.