Mercado de caminhões deve ficar na casa dos 125 mil também em 2023

Restrição ao crédito e baixa expectativa para o PIB impedem projeção de crescimento para o setor

Mario Curcio

Mario Curcio

Restrição ao crédito e baixa expectativa para o PIB impedem projeção de crescimento para o setor

Imagem de Destaque

Após dois anos com o mercado aquecido, a venda de caminhões em 2023 deverá apenas repetir o resultado de 2022, quando foram emplacadas quase 125 mil unidades. A projeção de crescimento zero foi divulgada na quinta-feira, 5, pela Fenabrave, entidade que reúne as associações de concessionários.

“A inadimplência foi forte no último trimestre do ano passado e os financiamentos atuais estão restritos aos bancos das montadoras. Também é preciso lembrar que, nos últimos anos, houve uma grande renovação de frota de cavalos mecânicos”, afirmou Tereza Fernandez, da TF Consultoria, durante entrevista coletiva realizada pela Fenabrave.


VEJA TAMBÉM

– Mercado fecha abaixo da meta em 2022


“Se houver de fato um empate com 2022, não será um ano ruim”, afirma a consultora. O diretor-executivo da Fenabrave, Marcelo Franciulli, recorda que a estimativa de crescimento zero também decorre das projeções de alta do Produto Interno Bruto (PIB), próximas a 1%, apenas.

De acordo com a Fenabrave, o primeiro trimestre terá vendas elevadas por causa da entrega de caminhões Euro 5 encomendados no segundo semestre de 2022. De abril em diante as vendas serão todas de modelos Euro 6, menos poluentes e cerca de 15% mais caros.

Como foi o mercado de caminhões em 2022

Os números divulgados pela Fenabrave indicam exatos 124.584 caminhões emplacados no ano passado, resultando em pequena retração de 2,1% na comparação com 2021.

“Apesar da queda, o resultado se manteve próximo às projeções da Fenabrave, que havia previsto estabilidade para o segmento no ano”, recorda o presidente da entidade, José Maurício Andreta Júnior.

A análise isolada de dezembro revela que o mês foi forte, com 12,1 mil licenciamentos e alta de 21,4% sobre novembro, que teve 20 dias úteis, dois a menos que no último mês do ano.

A Volkswagen terminou o ano na liderança do segmento, com 34,5 mil unidades emplacadas, 27,7% do mercado e uma vantagem muito, muito pequena (apenas 266 caminhões) para a segunda colocada, a Mercedes-Benz, que encerrou 2022 com uma fatia de 27,5% do setor de caminhões.

Com isso, a marca da estrela de três pontas mostra disposição para brigar pela liderança do segmento, perdida para a VW em 2021. A terceira colocada de 2022 foi a Volvo, com 24,1 mil caminhões e 19,3% de participação.

Em seguida vêm Scania, com 13,2 mil unidades e 10,6% do segmento, e Iveco, com 10,7 mil caminhões e 8,6% de participação. A sexta colocada foi a holandesa DAF, com 6,8 mil unidades e fatia de 5,4% do segmento.