Mercedes e Volkswagen lideram vendas de caminhões, mas perdem mercado

Volvo, DAF e Iveco, por outro lado, registraram ganhos de market share em 2022. Veja como ficou o ranking

Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

Volvo, DAF e Iveco, por outro lado, registraram ganhos de market share em 2022. Veja como ficou o ranking

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O mercado de caminhões encerrou o ano com retração nos licenciamentos, mas houve comportamentos interessantes no ranking de vendas das montadoras que operam no país.

Até dezembro, quem licenciou mais veículos foi a Volkswagen Caminhões, com 34,5 mil unidades emplacadas (queda de 8%). Em segundo lugar ficou a Mercedes-Benz, com 34,1 mil unidades comercializadas no período (também 8% menos).

Ainda que líderes, as duas montadoras viram sua participação de mercado cair em 2022. Segundo balanço da Fenabrave, as companhias perderam 1,7 ponto porcentual cada, detendo, respectivamente, 27,7% e 27,5% do mercado nacional da caminhões.

Volvo, Iveco e DAF crescem em participação de mercado

Já a Volvo ficou em terceiro lugar no ranking de vendas com 24 mil unidades emplacadas (alta de 10,5% sobre 2022), mas foi a marca que teve o maior salto em termos de participação de mercado. Saltou 2,2 pontos porcentuais, de 17,1% para 19,3%.

O mesmo ocorreu com a Iveco, que licenciou o quinto maior volume de veículos no ano passado (10,6 mil unidades, alta de 24%), mas obteve ganho expressivo de market share. A fatia de 6,8% detida em 2021 saltou para 8,6% em 2022: ou seja, houve ganho de 1,8 ponto.


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A Scania ficou à frente da Iveco em termos de volume (13,2 mil unidades, queda de 15%), mas, assim como VWCO e Mercedes-Benz, também perdeu participação de mercado no ano passado. Caiu de 12,2% para 10,6%, ou seja, retração de 1,6 ponto.

A DAF, por sua vez, ficou em sexto lugar no ranking de vendas. Foram licenciados 6,7 caminhões da marca, um resultado que representou alta de 21,3% sobre o volume licenciado em 2021. O market share da companhia cresceu 1 ponto porcentual, chegando a 5,4% do mercado doméstico de caminhões.

Semicondutores definiram maiores vendas em 2022

O que definiu o sobe e desce das marcas no ranking foi a chegada de semicondutores na linha de produção das montadoras. As que conseguiram de alguma forma manter o abastecimento mais regular no ano passado conseguiram, portanto, atender demandas que estavam na fila e, também, aos novos pedidos – principalmente por modelos pesados equipados com motor Euro 6.

“Vale ressaltar mais uma vez o esforço das equipes de logística das montadoras para manter as linhas de montagem abastecidas”, disse na semana passada o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini, referindo-se à dificuldade das empresas em importar semicondutores.

A falta do componente levou parte das montadoras a parar a produção no ano passado. A Mercedes-Benz, por exemplo, interrompeu as atividades produtivas por cinco vezes. Paradas pontuais também ocorreram nas demais ao longo de 2022.