Diferenciais ajudaram os modelos elétricos a driblar desafios da indústria em 2022
A produção de bikes elétricas registrou uma alta de 5,4% em 2022, com 10.847 unidades fabricadas no polo industrial de Manaus, contra 10.294 no ano anterior. O crescimento foi na contramão das bicicletas comuns, que registraram uma queda na produção de 20,1% no ano passado.
Segundo o balanço da Abraciclo, associação que reúne os fabricantes do segmento, foram fabricadas 599.044 bikes comuns no ano passado, contra 749.320 em 2021.
O vice-presidente do segmento de bicicletas da instituição, Cyro Gazola, explica que as áreas de logística, compras e produção enfrentaram o seu ano mais desafiador. “Além do desabastecimento de peças e componentes, tivemos que ajustar o planejamento das unidades fabris para nos adequar à nova demanda do mercado, que pediu por modelos de médio e alto valor agregado”, afirma.
De acordo com a associação, apesar dos ajustes nas linhas de produção, os estoques nas lojas e nos centros de distribuição continuaram abastecidos para atender ao consumidor. O executivo destaca que o segmento atingiu o seu auge durante a pandemia, quando a bicicleta se tornou a grande parceira para o lazer, nos deslocamentos e na interação com a família.
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No caso da bike elétrica, o modelo se tornou cada vez mais presente nas grandes cidades por ter características que agilizam ainda mais o deslocamento. “As pessoas que optam pelo pedal buscam um estilo de vida mais saudável e em sintonia com o meio ambiente. A bicicleta elétrica facilita isso, oferecendo agilidade nos deslocamentos e comodidade para vencer os obstáculos do percurso”, detalha o vice-presidente.
Paraguai é o maior destino das exportações de bikes
As exportações fecharam o ano com 29.484 unidades, volume 3,8% superior ao registrado em 2021. Os países do Mercosul foram o principal destino, segundo levantamento do portal Comex Stat, que apura os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo.
O Paraguai ficou em primeiro lugar, com 19.691 unidades recebidas e 66,8% do total exportado. Na sequência, ficaram Uruguai (4.657 bicicletas e 15,8% dos embarques) e a Bolívia (2.340 unidades e 7,9%).
Fabricantes projetam que produção seguirá em queda
A Abraciclo estima que a produção de bicicletas em 2023 deverá totalizar 570 mil unidades, o que representa uma retração de 4,8% na comparação com 2022. “Ainda teremos muitos desafios pela frente, por isso nossa perspectiva é bem conservadora”, diz Gazola.
O executivo reforça que um dos principais focos será a readequação do abastecimento das linhas de produção dos modelos de médio e alto valor agregado para atender ao novo perfil do consumidor.
Promoções são saída para reduzir estoque nas lojas
Ao avaliar o mercado, o vice-presidente do segmento de bicicletas acredita que uma série de promoções deverão ser realizadas no primeiro semestre para diminuir os estoques. “Tanto a indústria como os lojistas precisam melhorar a gestão e o fluxo do caixa”, pontua.
Já o segmento das bicicletas elétricas deverá seguir em alta. “O custo para o consumidor ainda é alto. Seria interessante criar incentivos para a aquisição do produto como já acontece em alguns países da Europa”, propõe. “Com isso, teríamos ganho de escala e a tendência de preços mais competitivos”, conclui.