Montadoras instaladas no Brasil fabricaram 4,8 mil veículos pesados, volume 57,2% inferior ao de janeiro do ano passado
Em janeiro, a produção de caminhões e ônibus sentiu o efeito da entrada em vigor do Euro 6 – o Proconve P8, nova etapa da legislação de emissões para veículos pesados. Saíram das fábricas brasileiras 4,8 mil veículos pesados, um tombo de 57,2% na comparação com o mesmo mês de 2022.
Os dados foram apresentados pela Anfavea, associação que representa as montadoras instaladas no Brasil. A organização aponta que a retração é normal para o período de mudança da legislação.
“Em janeiro de 2012, quando aconteceu a transição para a legislação Euro 5, o volume de produção foi ainda menor, de 3,5 mil caminhões e ônibus”, lembra Gustavo Bonini, vice-presidente da entidade.
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O executivo destaca que, na época, a retração foi ainda mais drástica, já que aconteceu na comparação com 2011. Aquele ano foi recorde para a fabricação de veículos pesados no Brasil com o efeito antecipação de compras de caminhões com preços mais baixos antes da mudança de legislação.
Enquanto produção encolhe, vendas de caminhões e ônibus crescem
Se, de um lado, a produção puxou o freio de mão, as vendas de veículos pesados tiveram crescimento expressivo na comparação com janeiro de 2021. Foram licenciados 10,4 mil caminhões, com alta de 20,1%, e 1,7 mil ônibus, com expansão de 65%.
Bonini aponta que o aumento acontece sobre um mês atípico porque, no início de 2022, a indústria enfrentava um dos momentos mais severos da falta de semicondutores. Com isso, embora o mercado tivesse interesse em comprar novos veículos, faltava capacidade das montadoras para atender a essa demanda.