Com a médio-compacta, fabricante mira não só na Toro e na Strada, como também em clientes de carros de passeio
SUV todo mundo tem – ou deveria ter. Mas a General Motors, além de ter focado no segmento que mais cresce com o Tracker, também prestou atenção em outra categoria com evolução discreta, porém constante: a de picapes. Com a nova Montana, que começa a ser comercializada oficialmente no dia 10, a fabricante quer levar um pouco (ou um muito) de cada um.
A aposta tem razão de ser. A GM projeta que o mercado de picapes vai receber 100 mil novos clientes no Brasil em 2023. A montadora faz charme e não fala em número de vendas (e de clientes) da nova Montana. Contudo, acredita que, com a chegada dela, só a categoria de médio-compactas vai passar de 3,2% para 4,5% de participação no mercado geral.
Novos clientes para a Montana e para as picapes
Isso em um segmento que somou 62 mil unidades em 2022. E dentro de um mercado, o de picapes como um todo, que pulou de 13% de market share para 17% em seis anos.
“Ao longo da última década o segmento de SUVs cresceu, mas o de picapes também. E a GM aposta muito que o subsegmento que mais vai crescer dentro do mercado de picapes é justamente esse de médio-compactas”, afirma Rodrigo Fioco, diretor de Marketing da Chevrolet.
Tanto que a GM foi lá atrás, em 2016, quando surgiram as rivais diretas da nova Montana. Pelo visto, tentou tirar lições dos acertos da Fiat Toro e dos erros da Renault Oroch. E para se diferenciar, faz um marketing pesado em cima de uma versatilidade que, na visão dela, não existe no segmento.
A GM provavelmente vai martelar na questão da caçamba da Montana para seduzir os clientes. Não pelos 874 litros de volume, mas pela possibilidade de configurá-la para receber diferentes tipos de sacolas, objetos e malas – ao custo de acessórios de concessionária, claro.
Picape com jeito de veículo de passeio
A ideia é passar a imagem de uma picape funcional como um carro de passeio. A própria base da nova Montana, inclusive, corrobora isso.
O modelo é produzido em São Caetano do Sul (SP) – onde a marca já aumentou o ritmo na linha de montagem – sobre a plataforma GEM do Tracker. A suspensão dianteira é a mesma do SUV, assim como o motor 1.2 turbo que equipa as versões mais caras do crossover compacto.
São 133 cv de potência com etanol e 132 cv com gasolina. O torque é de 21,4 e 19,4 kgfm, respectivamente entre 2.000 e 4.500 rpm. As duas versões de entrada LS e LT usam câmbio manual de seis marchas, enquanto as mais caras, LTZ e Premier, vão de caixa automática, também com seis velocidades.
A Chevrolet só vai revelar os preços definitivos da nova Montana no dia 10 – os valores de pré-venda das versões automáticas não estão garantidos. De série, toda a gama da picape sai de fábrica com seis airbags, protetor de caçamba, sensor de luminosidade e central multimídia MyLink.
Quem são os clientes da nova Montana?
Teoricamente, as versões manuais da Montana vão atender mais aos clientes de vendas diretas. Mas isso até a página 22. Após a pré-venda, a predileção de frotistas, mesmo cientes das opções manuais mais baratas, recaiu justamente sobre a Premier.
Palavras da GM, que não revela o mix de vendas para Pessoa Jurídica ou para Pessoa Física. Mas aposta que a Montana vai ajudar a marca a crescer 50% no Brasil até 2030.
“A Montana traz a versatilidade para clientes que vem de um segmento inferior de picapes, como também oferece alternativa para quem quer dar primeiro passo além dos hatches e sedãs, e ainda para quem busca alternativa de valor aos SUVs”, acredita Fioco.
E daqui a pouco a gente conta aqui na Automotive Business como é dirigir a nova Chevrolet Montana.