Projeção considera investimento dos municípios brasileiros em uma agenda de descarbonização
As vendas de ônibus elétricos a bateria podem chegar a 630 unidades em 2025 e, em 2030, a 18.350, caso a eletrificação se consolide no transporte público do Brasil.
As projeções constam no 2º Anuário Brasileiro de Mobilidade Elétrica, elaborado pela Plataforma Nacional de Mobilidade Elétrica (PNME).
O total descrito acima são as estimativas para o cenário agressivo, considerado pelo documento como o mais otimista. Nesse contexto, a vendas dos ônibus elétricos a bateria podem crescer 137% por ano até 2025, levando a uma frota acumulada de 1.052 unidades, uma alta de 4,1% no total licenciado.
Para 2030, o número de unidades vendidas representaria um futuro em que 89% dos ônibus licenciados seriam elétricos a bateria, uma frota projetada em 37.150 unidades, uma participação de 11,4% na frota nacional.
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O anuário traz também uma projeção de crescimento moderado com 90 unidades licenciadas em 2025, o que corresponde a 0,6% dos ônibus no país, com uma frota estimada em 218. Para o fim da década, as vendas projetadas são de 660 unidades, 3,2% do total licenciado, uma frota de 1.940 ônibus elétricos a bateria. Esses números só serão alcançados se houver um crescimento anual de 50% entre 2025 e 2030.
Participação dos ônibus elétricos a bateria nas vendas pode chegar a quase 90%
A projeção bastante otimista pode estar relacionada à maior confiança de que os municípios brasileiros vão investir na adoção da frota elétrica nos próximos anos. O anuário destaca que o setor de ônibus elétricos a bateria possui, no entanto, características que o distingue dos demais segmentos de mobilidade elétrica.
“Por depender de legislação e modelos de negócios específicos, vinculados à esfera pública, o setor tem seu desempenho, em grande medida, atrelado à mobilização de políticas públicas”, diz o documento.
Agenda de descarbonização é caminho para acelerar expansão do setor
Atualmente, o país ainda está bem distante das projeções. Os ônibus elétricos representam apenas 1,85% de todos os coletivos utilizados no transporte público do país. São apenas 351 ônibus elétricos: 302 são trólebus, 46 convencionais a bateria, 2 do tipo midi, e somente 1 articulado a bateria, segundo a plataforma E-Bus Radar.
A mobilização em torno de uma agenda de descarbonização, por parte dos governos municipais, é apontada pelos analistas que elaboraram o anuário como o caminho para acelerar a expansão do setor. “Iniciativas desse porte tendem a crescer, caso sigam os movimentos recentes, elevando as projeções de crescimento do setor”.