Instituição financeira espera estabilidade para o mercado ao longo do ano, mas planeja conquistar mais espaço
Com inflação e taxa de juros em alta, os próximos meses tendem a ser pouco promissores para a venda de veículos. Ainda assim, o Banco Mercedes-Benz planeja alcançar seu objetivo de elevar a participação de mercado em 2023, conforme contou Hilke Janssen, presidente e CEO da instituição, em coletiva de imprensa na quinta-feira, 30.
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O plano é que o aumento da fatia de mercado venha acompanhado de uma nova expansão da carteira do banco. Caso a meta se transforme em realidade, a empresa dará sequência à evolução de 2022, que terminou com resultado recorde. O total de negócios ativos na instituição chegou a R$ 19,4 bilhões, alta de 35% na comparação com a carteira de 2022.
Banco Mercedes cresce com vendas e evolução dos preços
Um dos motivos para o aumento é a maior participação no mercado e nas vendas da Mercedes-Benz. Dos caminhões da marca vendidos com algum tipo de financiamento, 49% foram feitos pelo banco. No caso dos ônibus, o índice é ainda maior, de 61%. Já no segmento de vans, 39% dos negócios envolveram a instituição.
“O resultado mostra a nossa conexão com as necessidades dos clientes. Por causa da marca Mercedes-Benz, todos eles chegam até nós com uma expectativa muito alta em relação aos nossos serviços e atendimento – e temos conseguido atender”, avalia Marcello Larussa, diretor comercial do banco.
Outra razão para a carteira da instituição ter engordado foi o aumento dos preços dos caminhões. “Nos últimos dois anos o preço do produto subiu, principalmente com a chegada do Euro 6 (como é conhecido o P7, nova norma de emissões para veículos pesados)”, observa o executivo.
2023 sem crescimento do mercado, mas com mais proximidade dos clientes
Hilke, a CEO do Banco Mercedes-Benz, projeta que 2023 será um ano de estabilidade para o mercado. Por isso, ela planeja ampliar os negócios da instituição ao intensificar a proximidade com os clientes, que são principalmente empresas médias e grandes de transporte, além de concessionários.
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“As necessidades variam muito. Uma empresa que opera no setor agrícola, por exemplo, tem demanda de transporte intensa durante a safra e um período mais tranquilo na entressafra. Já quem atua na logística entre portos e cidades, precisa de mais constância.”, cita Hilke. E prossegue:
“Nosso foco é entender como apoiar essas diferentes necessidades diante da atual situação econômica.”
Apesar das adversidades, a executiva encara o mercado brasileiro com certo otimismo. Alemã, Hilke está no Brasil há pouco mais de um ano e meio e diz que uma vantagem do país em relação ao que acontece na Europa é a alta velocidade de respostas às mudanças de cenário. Por exemplo, assim que a inflação começou a escalar, o Banco Central elevou a taxa de juros, diz.
Outro ponto que chama a atenção da líder do Banco Mercedes-Benz é a intensidade do setor agrícola, que pode reduzir a toada de crescimento, mas está longe de enfrentar uma crise. Além disso, Hilke lembra que muitos operadores logísticos precisam renovar suas frotas de caminhões – algo que pode puxar para cima as vendas de caminhões em 2023 e, com isso, os negócios do banco.