Exportações sobem, mas Anfavea se preocupa com chineses

Associação diz que ascensão de marcas asiáticas afeta resultados na América do Sul e cobra medidas do governo

Vitor Matsubara

Vitor Matsubara

Associação diz que ascensão de marcas asiáticas afeta resultados na América do Sul e cobra medidas do governo

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As exportações de automóveis de passeio, caminhões e ônibus tiveram crescimento de 14,8% em março de 2023. É o que aponta o relatório de emplacamentos da Anfavea (Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores), em comparação com março do ano passado.

Foram 44,7 mil unidades enviadas para países do exterior, sendo que os automóveis de passeio representaram 80% deste volume, com 35,8 mil veículos. Os comerciais leves responderam por 6,9 mil unidades, enquanto os caminhões tiveram 1,8 mil unidades e os ônibus, 215 unidades.


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Em relação a fevereiro, as exportações de março foram 29% superiores. Já no acumulado do trimestre, o setor automotivo embarcou 112.244 unidades, 4% superior ao anotado no janeiro-março de 2022.

Em valores, a indústria automotiva brasileira somou US$ 2,77 bilhões em exportações no trimestre. O número é 30% maior que as cifras registradas nos três primeiros meses do ano passado.

Resultados em países vizinhos preocupa

Apesar do crescimento, que foi classificado como “levíssimo” pela própria Anfavea, a associação alertou para o “esfriamento” dos números em alguns dos mercados mais importantes para o Brasil.

“Para quem quer ser um produtor de automóvel, como somos, nós precisamos saber para onde estamos exportando”, afirmou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

A declaração do executivo se refere à queda nos resultados em mercados tradicionais vizinhos. Em relação a fevereiro, as vendas para Chile e Colômbia anotaram quedas de 9% e 17%, respectivamente.

“Esses mercados estão caindo e são os destinos principais de nossas exportações”, disse Márcio. Em compensação, os embarques de veículos para a Argentina aumentaram 15% e para o México, 25%.

Alta dos chineses incomoda Anfavea

O executivo alertou para um problema ainda mais importante – ao menos na visão da Anfavea – em relação à diminuição nas exportações para determinados mercados sul-americanos.

“Estamos observando volumes significativos de importações vindas de outros países, sobretudo os asiáticos. Então existe uma preocupação muito grande porque, uma vez que essas fabricantes entram nesses mercados, dificilmente nós (Brasil) conseguiremos retomar esse mercado”.

A Anfavea sobrou medidas do governo para melhorar a competitividade dos veículos brasileiros frente a esta ofensiva de fabricantes chineses na região.

“Se não houver convergência regulatória e financiamentos, nós não vamos conseguir ultrapassar essa linha e seguiremos perdendo mercado dentro de nosso quintal”, concluiu Márcio.