Veja os principais fatos dos 70 anos da Volkswagen no Brasil

Na segunda reportagem da série sobre as sete décadas da marca, os sucessos de público, como Fusca, Kombi e Gol

Vitor Matsubara

Vitor Matsubara

Na segunda reportagem da série sobre as sete décadas da marca, os sucessos de público, como Fusca, Kombi e Gol

Imagem de Destaque

A Volkswagen tem motivos de sobra para celebrar sua presença no Brasil. Há 70 anos, a empresa iniciou suas atividades de forma oficial no país. De um armazém na Rua do Manifesto, no bairro do Ipiranga, em São Paulo, saíram as primeiras unidades do Fusca, que eram montadas com peças importadas da Alemanha.

Apenas 12 empregados trabalhavam na produção dos veículos. De 1953 a 1957, a fabricante montou 2.820 veículos, sendo 2.268 unidades do Volkswagen Sedan e 552 da Kombi. O sucesso fez a empresa anunciar o plano de construir uma fábrica no Brasil, inclusive para atender todo o mercado da América do Sul.

Produção no Brasil

A produção com peças nacionais começou em 2 de setembro de 1957, quando saiu da linha de montagem da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) o primeiro modelo da marca fabricado no país: era a Kombi, que tinha 50% de suas peças e componentes feitos no país.

Já o primeiro Sedan (que mais tarde adotaria o apelido Fusca de forma oficial) montado no Brasil com peças nacionais deixou a fábrica em 3 de janeiro de 1959. O modelo se tornaria um sucesso instantâneo, com 8.406 unidades vendidas apenas naquele ano.

O Fusca seguiria em linha até 1986, quando saiu de cena pela primeira vez com 3,1 milhões de unidades produzidas. O modelo voltaria a ser produzido nos anos 90 a pedido do então Presidente da República, Itamar Franco. Em sua segunda vida, o Fusca foi comercializado de 1993 a 1996.

Apesar de já estar em funcionamento, a fábrica de São Bernardo do Campo só foi inaugurada oficialmente em 18 de novembro de 1959. A cerimônia teve a presença do então Presidente da República, Juscelino Kubitschek, que estava acompanhado pelo Governador de São Paulo, Carvalho Pinto, e os presidentes da Volkswagen da Alemanha, Heinrich Nordhoff, e do Brasil, Friedrich Schultz-Wenk.

Modelos que fizeram história

A década de 1960 foi marcante para a Volkswagen. Em 1962, a marca lançou o belo esportivo Karmann-Ghia. Três anos mais tarde, a empresa foi a primeira montadora brasileira a inaugurar um centro de desenvolvimento, pesquisa e design.

A VW atingiu a marca de 1 milhão de veículos produzidos em julho de 1970. Em 1972, a fabricante lançou os esportivos SP1 e SP2, que tinham um design bastante ousado, mas que não condizia com o desempenho discreto do motor 1.7 a ar no caso do SP2. Mesmo assim, se tornou um dos modelos mais cobiçados entre os antigomobilistas. 

Outro modelo histórico da marca lançado nos anos 70 foi a Brasilia. Projetado inteiramente no Brasil, era um hatchback com conceitos que seriam incorporados a outros modelos nas décadas seguintes. Reza a lenda, inclusive, que a VW da Alemanha teria se “inspirado” na Brasília para desenvolver o Golf, que foi lançado por lá apenas em 1974 – um ano após a estreia do modelo nacional.

Enquanto isso, o Passat chegava ao mercado brasileiro em 1974. Além do design moderno e da proposta esportiva, o carro marcou época por ser o primeiro modelo da VW equipado com motor frontal refrigerado a água e suspensão com molas helicoidais.


 PATROCÍNIO  


A estreia de um campeão de vendas

O ano de 1980 marcou a estreia do Gol, que chegou com a dura missão de substituir o Fusca. O modelo desenvolvido inteiramente no Brasil teve um começo ruim com o fraco motor 1.3 refrigerado a ar vindo do “besouro”, mas a marca agiu rápido e o substituiu por um 1.6 com mais potência e torque. Resultado: o Gol se tornou o carro mais vendido do Brasil em 1987, posto que só deixaria de ocupar 27 anos depois.

De quebra, dentro do Projeto BX, o hatch deu origem a uma nova família de veículos compactos. Nos anos seguintes vieram o sedã Voyage (1981), a perua Parati (1982) e a picape Saveiro (1982). Destes, apenas a última permanece em linha.

Em 1989, o lendário Gol GTi chegava às ruas com o status de primeiro carro nacional equipado com injeção eletrônica de combustível. Antes disso, a marca ingressou no segmento de luxo com os lançamentos de Santana (1984) e Quantum (1985). Inclusive, a segunda geração do Santana, que estreou em 1991, foi o primeiro veículo fabricado no Brasil a vir com freios ABS de fábrica.

Nos anos 2000, a VW foi a primeira montadora a lançar um carro com a tecnologia bicombustível, que acaba de completar 20 anos. O Gol Total Flex estreou em março de 2003 e estabeleceu um novo capítulo na indústria automotiva nacional. 

Na década de 2010, a fabricante descontinuou um de seus maiores sucessos: a Kombi deixou de ser produzida em 2013 depois de 56 anos de produção ininterrupta. A perua, inclusive, teve até uma série de despedida chamada Kombi Last Edition. O sobrenome em inglês seria replicado em 2022, quando a edição final do Gol estreou para marcar o adeus do carro mais vendido da história da VW no Brasil.

Números da Volkswagen em 70 anos de Brasil:

  • – Número de fábricas: quatro (São Bernardo do Campo, Taubaté e São Carlos, todas em São Paulo; São José dos Pinhais, no Paraná)
  • – Modelos vendidos: Polo Track, Polo, Virtus, Nivus, T-Cross, Saveiro, Amarok, Jetta GLI e Taos.
  • – Veículos produzidos: mais de 25 milhões
  • – Unidades exportadas: mais de 4,16 milhões de veículos exportados para as Américas, África, Oriente Médio, Europa e Ásia. 
  • – Número de concessionárias: 478
  • – Número de colaboradores: 12.900
  • – Número de motores produzidos: 13 milhões
  • – Quantidade de fornecedores: cerca de 300

 O especial VW 70 anos conta com o patrocínio de: 

Clique aqui e leia mais