Eletrificação não será possível nos prazos esperados, apontam executivos

Levantamento realizado pela ABB mostrou que escassez de componentes é o principal limitador da produção de veículos

Redacao AB

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Levantamento realizado pela ABB mostrou que escassez de componentes é o principal limitador da produção de veículos

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Enquanto no Brasil a grande preocupação do setor automotivo tem se concentrado na falta de componentes e na demanda, na Europa a história é outra. O que tem tirado o sono de executivos é o cumprimento das metas locais e dos prazos de eletrificação e descarbonização da frota circulante.

Em pesquisa feita pela ABB com 600 interlocutores da indústria automotiva – a maioria formada por executivos europeus de montadoras – 41% dos entrevistados responderam que eletrificar 100% a frota de veículos é algo possível, mas não nas datas-limite estabelecidas.


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Vale lembrar que a União Europeia espera que a partir de 2035 sejam vendidos na região apenas veículos eletrificados. Ainda que nos últimos dias a Alemanha tenha conseguido aprovar proposta que libera os licenciamentos de veículos movidos a combustíveis sintéticos.

Ainda sobre prazos de eletrificação, a pesquisa mostra que os executivos se preocupam com as barreiras impostas à massificação do carro elétrico. No caso, estrutura de recarga, alto preço das baterias e dos EVs, e também a lentidão no desenvolvimento de tudo isso junto.

A respeito da produção de veículos, os executivos se mostraram preocupados com a situação em que está o fornecimento de componentes e insumos. Segundo o estudo, 53% dos entrevistados apontaram a interrupção da cadeia de suprimentos como fator que torna a produção de veículos algo complexo.


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Materiais também aparecem como um fator de apreensão: 62% dos entrevistados afirmaram que custos com matérias-primas é o que mais preocupa na operação dentro das montadoras. Energia e mão-de-obra aparecem na sequência.

Se no Brasil a demanda se mostra como limitador de maiores volumes de produção, na Europa, segundo a pesquisa, os executivos apontaram a própria capacidade de produzir como um obstáculo, referindo-se à falta de peças para manter as linhas operantes.

Por causa disso, a maioria dos executivos (44%) ouvidos na pesquisa acreditam que a produção de veículos diminuirá na transição 2022-2023.