Executivo da montadora francesa diz que descontos promovidos pela Tesla servem de alerta para a marca
O efeito Tesla pode fazer algumas fabricantes reverem os preços de seus carros elétricos. Uma delas, a Renault, que já sinalizou uma possível revisão na tabela de seus EVs devido aos movimentos da montadora norte-americana.
Foi o que revelou o CEO da Renault e ex-presidente da marca no Brasil, Fabrice Cambolive, em depoimento a diferentes veículos de imprensa da Europa. O executivo reconheceu que os recentes “descontos” da Tesla forçariam o grupo francês a examinar com mais atenção sua política de preços em todo o mundo.
Preços se tornam desafio para a Renault
Cambolive considerou tal movimento da Tesla como um “alerta” para a Renault. Especialmente no que diz respeito à competitividade no mercado.
“Está claro que o corte de preços da Tesla é um desafio, começando pelo lado dos custos. É um alerta que estamos observando”, declarou o executivo em entrevista a repórteres na segunda-feira, 17.
Vendas de carros elétricos da Renault crescem
O depoimento vem justamente em um momento em que a Renault deve registrar lucro. As vendas globais do grupo francês (que inclui as marcas Dacia e Alpine) foram de 354 mil unidades no primeiro trimestre, 9% a mais que o mesmo período de 2022.
O crescimento nas vendas da Renault é fruto de um plano de reestruturação, que passou a priorizar os carros com maior valor agregado dentro da montadora. A expectativa é de aumento no faturamento após quatro anos seguidos de queda nas receitas.
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Sem detalhar números, Cambolive disse que as vendas do Mégane E-tech “cresceram acentuadamente” em março. O carro elétrico da Renault, porém, tem uma política de descontos muito limitada, o que explica a atenção quanto aos descontos por parte da Tesla.
Na Europa, com as ações de corte nos preços da norte-americana, o Mégane zero combustão custa o mesmo que o seu rival direto, o Model 3: cerca de € 42 mil. Por isso, o executivo diz que é possível uma revisão nas tabelas do EVs da Renault.
“Vamos analisar país por país, mercado por mercado, qual nível de competitividade precisamos ter para permanecer no jogo”, avisou.