Dentre elas está o incentivo à produção de tecnologias ligadas à eletrificação, apontou especialista no evento Up Next
Quem acompanha de perto o noticiário de Automotive Business sabe que todo o setor está mobilizado para que se venda mais veículos no país. Se fala em crédito, em preços menores e novos produtos. Essas medidas, no entanto, vistas como receitas de curto-prazo, deveriam ser evitadas pelas empresas, segundo Leticia Costa, Prada Assessoria, que participou de debate no Up Next, evento promovido pela Automotive Business durante a Automec 2023.
“O momento é de incertezas. Tanto globais, quanto regionais, o que torna a tarefa de planejamento mais complexa. A indústria automotiva aparenta ter estacionado no Brasil, o que sempre levanta a pergunta: que estratégia devemos usar para manter a sustentação das empresas? “, questionou a consultora durante o evento realizado por meio online. “É razoável não esperar que depois de três anos de pandemia, o mundo voltaria ao normal virando uma chave”, completou.
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Letícia lembrou que a pandemia promoveu o empobrecimento no mundo, e que as quedas nas vendas resultado também dessa redução de renda é um fenômeno que não é exclusividade do Brasil. Os dados apontados pela consultora mostram que as vendas no mundo cairam 10,5% de 2019 a 2022.
Por causa da renda menor, seguiu a especialista, é muito pouco provável que a retomada do crescimento do Brasil seja feita de forma acelerada. “Essa indústria tem uma correlação muito forma com renda e financiamento e quando olhamos as projeções para o Brasil nos próximos anos elas não são negativas, mas estão longe de mostrar um crescimento muito acelerado”, explicou Letícia.
O cenário, que não é nenhuma novidade para as empresas que atuam no país, contou a especialista, demandou uma série de medidas de curto-prazo, como exploração do mercado de usados, de reposição, promoção de ajustes nos volumes de produção, ajustes na precificação e redução do custo operacional. Contudo, a sugestão da consultora aponta para as medidas de longo-prazo, as quais podem trazer mais benefícios para o setor.
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“Essa receita é conhecida [medidas de curto-prazo]. Eu só não acho que seja o suficiente para que as empresas enfrentem o que virá. As medidas de médio e longo-prazo que precisam ser tomadas hoje são diferentes daquelas adotadas em momentos anteriores. Acho isso porque essa indústria está passando por uma mudança estrutural e as empresas precisam reconhecer que não é algo ligado apenas ao momento macro”, contou a consultora durante o Up Next.
Dentre as medidas com vistas ao longo-prazo, a consultora aponta para o incentivo à localização de tecnologias de eletrificação veicular, as quais poderão não apenas melhorar o cenário industrial no país, mas também inseri-lo no contexto da indústria global.
“Temos que pensar hoje mais em como inserir o Brasil nos mercados globais do que focar em medidas que podem trazer alívio temporário que não são sustentáveis e que a médio e longo-prazo se tornarão ainda mais prejudiciais às empresas”, completou.
Carro popular acho que não é uma boa solução como mecanismo de aquecimento da demanda. Acho que seria um retrocesso tecnológico porque precisaria tirar muita coisa, inclusive itens de segurança, e isso nos tiraria do conetxto do mercado global. nós temos que enfrentar a realidade que nós não vamos voltar ao patamar de custo pré-pandemia, e por fim temos hoje muito menos espaço para retirada de impostos na comparação com outros anos.
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