Com ajuda da América do Sul, Stellantis tem lucro recorde no primeiro semestre de 2023

Em balanço dos seis primeiros meses do ano, companhia enfatiza que lucro operacional na região foi ajustado em 7%, sobretudo por conta do aumento do preço líquido no Brasil

Vitor Matsubara

Vitor Matsubara

Em balanço dos seis primeiros meses do ano, companhia enfatiza que lucro operacional na região foi ajustado em 7%, sobretudo por conta do aumento do preço líquido no Brasil

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A Stellantis N.V divulgou seus resultados globais no primeiro semestre de 2023. A receita líquida foi de 98,4 bilhões de euros, representando alta de 12% em relação ao primeiro semestre de 2022. O lucro operacional de 14,1 bilhões resultou em crescimento de 11% frente ao mesmo período do ano passado, enquanto o lucro líquido foi de 10,9 bilhões. Este número acarretou em alta de 37% em comparação aos seis primeiros meses de 2022.


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“Nosso desempenho incrível no primeiro semestre do ano endossa nosso compromisso de longo prazo com a sustentabilidade. É preciso um esforço coletivo e uma mentalidade aberta em todos os nossos funcionários para embarcar em uma jornada de transformação sem compromissos enquanto protegemos a companhia dos desafios externos. Quero expressar minha gratidão a cada um dos empregados e tenho orgulho em dizer que as equipes estão obtendo os resultados necessários sob vários pontos de vista. Estamos muito bem posicionados para o restante de 2023 e para os anos seguintes”, declarou Carlos Tavares, CEO da Stellantis.

América do Sul teve altas na receita líquida e nas exportações

O relatório também analisa o desempenho da empresa na América do Sul. Um ponto de destaque é o aumento de 4% nas exportações, com volumes crescentes de Citroën C3, Fiat Fastback, Fiat Argo e Peugeot 208, que acabaram compensando as quedas nas exportações de veículos das marcas Jeep e Ram.

Já a receita líquida cresceu 5%, “principalmente por conta dos volumes mais altos e do aumento no preço líquido, efeito direto da instabilidade do peso argentino”, como ressaltou a Stellantis. O lucro operacional na região foi ajustado em 7%, sobretudo por conta do aumento do preço líquido no Brasil, efeito da situação ruim do mercado e dos aumentos nos custos com matérias-primas. 

Empresa usa eletrificação para reduzir pegada de carbono

A fabricante afirma que o planejamento para atingir as metas do plano Dare Forward 2030 está sendo “executado de forma bem sucedida” com base em três pilares.

O primeiro deles é a redução da pegada de carbono, que visa atingir a neutralidade até 2038. A fabricante diz que a pegada de carbono de 2022 foi reduzida em 3,8%, e essa porcentagem deve aumentar com a construção de espaços de trabalho colaborativos com foco na sustentabilidade. Além disso, a Stellantis está realizando parcerias estratégicas como a aquisição de 33,3% da Symbio(5), líder em mobilidade a hidrogênio.

O segundo é a eletrificação em todas as 14 marcas do grupo, fazendo com que a Stellantis figure na terceira colocação nas vendas de carros elétricos na região conhecida como EU30 (formada por Bulgária, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Grécia, Hungria, Islândia, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Polônia, República Checa e Romênia) e assuma a segunda posição entre os veículos com baixa emissão de poluentes nos Estados Unidos.

Atualmente, a Stellantis oferece 25 modelos elétricos e lançará mais 23 até o final de 2024. A recente apresentação da plataforma STLA Medium e o anúncio da construção de uma segunda fábrica de baterias em parceria com a Samsung devem reforçar a presença do conglomerado nessas categorias.

Por fim, o terceiro pilar está nas finanças. Nos Estados Unidos, por exemplo, a empresa tem recebíveis de aproximadamente 4 bilhões de euros no final de 2023, com uma projeção de chegar a 9 bilhões de euros no fim de 2024.