Propulsor renasce para atender metas de emissões de carbono dos frotistas que operam no país
A Stellantis apresentou na segunda-feira, 31, o motor a etanol que está em desenvolvimento na fábrica de Betim (MG) para o segmento de veículos leves. Há duas semanas, o CEO Antonio Filosa havia confirmado que a montadora já trabalhava no propulsor.
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Os detalhes técnicos a respeito do motor ainda seguem ocultos atrás do biombo corporativo da companhia, que alega que ainda é preciso definir as suas aplicações. Ou seja: bater o martelo acerca dos modelos nos quais ele será aplicado.
Variáveis como peso e aerodinâmica influenciam na potência e no torque do conjunto, por exemplo, assim como as preferências do mercado brasileiro, disse Filosa.
Frotas são o alvo do motor a etanol da Stellantis
De qualquer forma, a Stellantis já tem claro, pelo menos, onde estão as oportunidades de negócio para o novo propulsor. A mais promissora delas, segundo João Irineu Medeiros, vice-presidente de assuntos regulatórios da fabricante, está no universo dos frotistas.
Por causa das obrigações impostas pela cartilha ESG (governança sócio-ambiental) no campo das emissões de carbono, muitas dessas companhias passaram a estipular metas de redução de poluentes em suas operações.
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Nesse contexto, o automóvel a etanol surge, segundo a Stellantis, como uma opção que proporciona redução de emissões e, principalmente, uma alternativa mais barata na comparação com frotas formadas por modelos elétricos.
“Com um veículo flex o frotista tem dificuldades em assegurar que os veículos não estão sendo abastecidos apenas com gasolina”, contou Medeiros. “O veículo a etanol, por contar com componentes locais, pode chegar a um preço mais acessível ao consumidor.”
Podemos dizer que o motor a etanol da Stellantis está sendo criado com as tecnologias mais modernas no campo da combustão. A empresa melhorou a dinâmica térmica do conjunto, aplicou turbocompressor de geometria variável e novos parâmetros de injeção.
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Tornar este motor especificamente em um powertrain de alto rendimento já era algo que existia nos planos da montadora. Em 2019, a então FCA – Fiat Chrysler Automóveis – que se juntou com a PSA Peugeot Citroën para formar a Stellantis, em 2021 – havia anunciado R$ 500 milhões para produção de motores em Betim (MG), um deles etanol turbo chamado de E4.
Os últimos modelos de automóvel a etanol vendidos no Brasil foram Volkswagen Gol e Fiat Uno Mille, em 2000. O próximo não sabemos qual será, mas tudo indica que sairá de uma das fábricas da Stellantis.