Negócio foi feito com a Vamos, do Grupo Simpar, que reciclou 140 veículos com até 53 anos de uso
A Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) realizou a maior venda de caminhões dentro da Medida Provisória 1.175/23, que concede descontos na compra dos veículos. O negócio envolveu 140 cavalos-mecânicos, entre médios e pesados, e o desconto dado à Vamos, empresa locadora de veículos pesados e máquinas do grupo Simpar, chegou a R$ 11 milhões.
De acordo com a regra, a empresa tem que encaminhar caminhões com mais de 20 anos de idade à reciclagem, antes da nova compra ser efetivada. Os descontos nos preços dos caminhões variam de R$ 33,6 mil a R$ 80,3 mil.
VWCO irá solicitar nova reserva tributária
Segundo o diretor de Relações Institucionais da VWCO, Marcus Saltini, o incentivo à montadora, dentro das regras, é de acumular créditos de impostos federais PIS/Cofis, que serão utilizados na hora de pagar os impostos.
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O governo destinou R$ 1 bilhão em créditos, sendo R$ 700 milhões para as negociações envolvendo caminhões e R$ 300 milhões na compra de ônibus. Cada montadora poderia “reservar” um montante desses recursos para a venda dentro da nova regra. A VWCO, segundo Saltini, pegou uma tranche de R$ 10 milhões para caminhões e outra de R$ 10 milhões, para ônibus.
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“Esse crédito vale por trinta dias, caso a montadora não realize o negócio volta para o sistema. Por isso, vamos pleitear uma segunda rodada, pois temos mais negócios a serem fechados”, disse Saltini.
Segundo a Vamos, os caminhões que irão para a reciclagem em unidades da Gerdau foram comprados de profissionais autônomos que operavam nos portos de Santos (SP) e do Rio de Janeiro (RJ). A idade média dos veículos varia de 28 a 53 anos e foram investidos cerca de R$ 4 milhões.
Vamos vendeu veículos com 12 anos de operação
Fernando Simões, CEO do grupo Simpar, explicou que o projeto previa uma entrada de 25% do valor do caminhão usado, com até 12 anos de uso. “Aquele caminhoneiro que usava um veículo de 30 a 40 anos, passar para um de 12 anos ele ganha qualidade de vida. O país deveria ter uma linha de desmonte desses veículos com incentivos para tirar estes caminhões de operação”, disse Simões.
Segundo a Gerdau, por ano são recicladas 11 milhões de toneladas de sucata metálica, o equivalente ao volume de carros produzidos em um período de cinco anos.
“O aço é um material infinitamente reciclável e, para cada tonelada de sucata reciclada, é evitada a emissão de 1,5 toneladas de gás carbônico. Como resultado de sua matriz produtiva sustentável, a Gerdau tem, atualmente, uma das menores médias de emissão de gases de efeito estufa”, , afirmou Rubens Pereira, vice-presidente da Gerdau.
O executivo explicou que a empresa hoje tem uma média de 0,89 t de CO₂e por tonelada de aço. O que representa aproximadamente a metade da média global do setor, de 1,91 t de CO₂e por tonelada de aço.
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Saltini ressaltou que o setor trabalha junto ao governo para que a MP, que deve durar até o fim de outubro ou início de novembro, se estenda por mais tempo. Segundo ele, há uma disposição do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Geraldo Alckmin, em prolongar estes benefícios.
Durante o evento de entrega dos caminhões antigos em Araçariguama, no interior de São Paulo, Alckmin ressaltou que esse programa será estendido até se chegar ao valor total dos descontos tributários, de R$ 1 bilhão.
“Já estamos trabalhando para melhorar o financiamento nos veículos novos, atrelando o Finame à Selic, e quando a taxa referencial cair, o juro do financiamento cai automaticamente. Agora, precisamos ter uma linha semelhante para os usados”, disse Alckmin.
Segundo ele, dos recursos que foram destinados aos veículos pesados, R$ 1 bilhão, cerca de R$ 270 bilhões já foram concedidos como desconto na venda de caminhões e ônibus.