Vendas de veículos caem em relação a julho, mas seguem em alta no acumulado

Na ressaca dos incentivos governamentais, volume de licenciamentos tem queda na comparação mensal

Redacao AB

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Na ressaca dos incentivos governamentais, volume de licenciamentos tem queda na comparação mensal

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O fim dos incentivos do Governo Federal impactaram diretamente as vendas de veículos em agosto. De acordo com a Fenabrave, houve queda nos licenciamentos em relação a julho, mas nas comparações interanuais o cenário ainda é de crescimento.

O balanço da entidade que reúne as concessionárias aponta que mais de 207 mil veículos foram emplacados em agosto, entre carros de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus. O resultado é quase 8% menor que o anotado em julho. 


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Para a Fenabrave, as ações para aquecer as vendas de veículos novos foram importantes por dar acesso ao consumidor aos carros de entrada. Mas a entidade cobrou políticas permanentes para aquecer o setor.

“As Medidas Provisórias foram muito importantes para aquecer, momentaneamente, o mercado, mas o resultado de automóveis, em agosto, agravado pela piora na oferta de crédito, já deixa clara a necessidade de uma política de fomento industrial de longo prazo”, diz Andreta Júnior.

Na comparação com agosto de 2022, a retração foi de 0,4%. Já no acumulado de 2023, os números não são impactantes, mas positivos. O mercado chega a 1,43 milhão de licenciamentos de janeiro a agosto, 9% a mais que o volume registrado nos oito meses do ano passado.

Para o restante de 2023, as projeções da Fenabrave quanto à venda de veículos segue conservadora.

“A evolução sobre 2022 é positiva, mas devemos lembrar que os emplacamentos tiveram um desempenho abaixo da média histórica no primeiro semestre do ano passado, devido a uma série de fatores, e se recuperaram no segundo semestre. Neste ano, não há sinais de que teremos uma forte recuperação na segunda metade do ano”, reconhece o presidente da federação de distribuidores.

Fenabrave prepara propostas ao governo

A Fenabrave diz que está debruçada em alguns projetos que poderão ser propostos ao Governo Federal. Segundo a entidade, são ações para tornar os automóveis e comerciais leves mais acessíveis ao consumidor de menor renda por meio de redução de preços e maior oferta de crédito. 

“Todo esse conjunto de fatores irá gerar a escala necessária para que o segmento de automóveis se recupere, de forma definitiva, trazendo a população de baixa renda de volta para a pista do consumo”, diz o executivo.

Automóveis e comerciais leves estagnados

No recorte de carros de passeio e comerciais leves, foram 196 unidades entregues em agosto. O volume foi 8% menor que o apontado em julho. Em relação a agosto de 2022, houve aumento discreto de 1,3%.

Nos janeiro-agosto de 2023, já são 1,34 milhão de unidades vendidas dos dois segmentos. O número representa quase 11% de crescimento em relação ao mesmo período do ano passado. 

Para a Fenabrave, a retração em agosto é reflexo direto da restrição ao crédito.

“Nas últimas semanas houve uma deterioração acentuada da oferta de crédito, com aumento de cerca de 20% na recusa das fichas de financiamento por parte das instituições financeiras. O crédito está restrito e isso afeta muito o mercado”, acredita Andreta Jr.

Caminhões Euro 6 crescem nas vendas

Entre os caminhões, as quase 9 mil unidades vendidas representam evolução de 10% ante julho. Porém, na comparação com agosto de 2022 a queda foi de 27%. No acumulado, os 67 mil licenciamentos representam queda de 16% em relação aos oito meses iniciais de 2022.

Segundo a Fenabrave, o mercado está se ajustando aos novos preços cobrados no segmento de caminhões. A entidade diz que 77% dos veículos de carga vendidos em agosto foram com motores Euro 6.

No mercado de ônibus, agosto registrou 1.871 unidades vendidas, quase 5% a mais que em julho e 8% a menos que o mesmo mês de 2022. O volume somado do ano, de 17 mil unidades, indica alta de 33% em relação ao mesmo recorte do ano passado.