Secretário revelou ainda que governo estuda novo programa de renovação de frota de pesados
O Mobilidade Verde, nova fase do Rota 2030, deve ser anunciado até o fim de outubro. Pelo menos é o que disse Uallace Moreira Lima, secretário do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio (MDIC), semanas após afirmar que o programa estava “praticamente pronto”.
“Vai ter, sim (um anúncio). A gente estima que (aconteça) talvez até o final de outubro. Estamos em um estágio avançado, mas precisamos validar com outras áreas antes de fazer o anúncio”, justificou Lima, durante o Congresso SAE Brasil, evento realizado em São Paulo (SP).
“No momento estamos realizando ajustes com a Fazenda e a Casa Civil porque envolvemos vários setores do ecossistema e precisamos realizar esses ajustes. A partir deles é que os ministros vão bater o martelo”, completou.
VEJA MAIS:– Incentivo via crédito presumido entra na pauta do novo Rota 2030– Rota 2030 pode fazer GWM produzir SUV antes de picape no Brasil
Perguntado sobre a demora na definição das regras do novo regime, uma vez que a expectativa era que o Mobilidade Verde saísse até o fim de setembro, o secretário do Mdic alegou que “questões burocráticas” ainda impedem o anúncio.
“Precisamos realizar avaliações técnicas, avaliações de produtos e conversar com a Fazenda, com o ministério do Meio Ambiente… É necessário ouvir todo mundo porque não é um programa de ministério, e sim de governo”.
Sem reaproveitar créditos, governo cogita renovar frota de pesados
Uallace descartou o reaproveitamento de créditos não utilizados no programa de incentivo à compra de caminhões e ônibus novos.
Finalizado no último dia 3 de outubro, o programa liberou apenas 32% do total de R$ 1 bilhão dos créditos tributários em potencial.
O secretário ressaltou que os R$ 680 milhões restantes não poderão ser reaproveitados. Entretanto, revelou que o governo cogita realizar um programa de renovação de frota de pesados.
“(A MP) Foi um programa de curto prazo, e não perene. A partir do próximo ano vamos tentar dialogar para avaliar as possibilidades de ter um programa de renovação de frota de forma perene que precisa ser estudado. Estamos falando de algo muito diferente do (programa de incentivos) de automóveis porque tirar um caminhão ou ônibus de circulação com mais de vinte anos demanda um espaço temporal razoável”.
Por fim, Uallace sugeriu que o BNDES precisaria voltar a assumir um papel de protagonismo na economia brasileira.
“É importante pensar na retomada do BNDES como fundo estratégico do Brasil. Nos últimos anos, ele foi alvo de várias fake news que nunca foram provadas e sua volta é fundamental para financiar inovações”.
Lima, porém, afirmou que as condições de financiamento também precisariam ser alteradas para garantir o sucesso do eventual programa.
“Com a taxa de juros atual é inviável. Além disso, o Finame (financiamento de máquinas e equipamentos) financia apenas caminhões novos, e não seminovos”.