Renault critica incentivos a rivais e diz que novo investimento é “batalha vencida”

Marca francesa prega competição justa e ameaça até rever planos se cenário atual persistir

Vitor Matsubara

Vitor Matsubara

Marca francesa prega competição justa e ameaça até rever planos se cenário atual persistir

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A Renault se mostrou contrária à concessão de incentivos para montadoras com fábrica na região Nordeste do Brasil. Foi a primeira vez que a empresa se pronunciou a respeito do assunto.

Luiz Pedrucci, CEO da Renault América Latina, afirmou que a montadora pode até rever seus planos caso a situação persista.

“A Renault é apaixonada por competição, desde que ela seja justa. Esses anúncios (de recentes investimentos, como o de R$ 2 bilhões revelado na última segunda-feira, 4) são baseados nas regras vigentes, e se houver alguma mudança pode ser até preciso reconsiderá-los. Esse cenário (de benefício para um determinado player) é ruim para o mercado”, declarou.


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Com isso, a Renault se junta a outras fabricantes que manifestaram descontentamento com a decisão do governo.

Até um manifesto assinado por Volkswagen, General Motors e Toyota foi divulgado em alguns veículos de imprensa. Além dessas marcas, a GWM também repudiou qualquer incentivo dado aos concorrentes.

“Vencemos uma batalha”, diz CEO da Renault sobre investimentos

Pedrucci celebrou o novo investimento da Renault para a produção de um inédito SUV médio e disse que o anúncio representa uma vitória para a região.

“Anunciar um novo investimento significa que vencemos mais uma batalha porque os recursos são escassos. A América Latina venceu uma briga com outros mercados e o Brasil também venceu uma batalha no continente”, analisou.

O CEO da Renault América Latina afirmou que caberá à direção da filial brasileira lutar para que exista um cenário justo na indústria nos próximos anos.

“Esses investimentos representam a conclusão de uma jornada que considera a situação macroeconômica do país e as políticas governamentais. Agora o desafio é que as regras desse jogo não sejam mudadas e que não existam benefícios exclusivos para algum player do mercado”.