Diretor da marca norte-americana admite que marcas rivais, como BYD, dominam tecnologia
A Ford classificou as marcas chinesas de veículos elétricos (VEs) como “uma ameaça estratégica colossal” nos Estados Unidos. Diante disso, a Ford acena com uma mudança de estratégia para fazer carros elétricos mais baratos.
“Eles estão à frente nesta tecnologia. Olhamos para esse cenário e sabemos que vão chegar aqui (EUA) eventualmente, então é melhor tomarmos uma providência ou não teremos um futuro como empresa”, declarou Marin Gjaja, diretor operacional da divisão de carros elétricos da Ford.
Aposta da Ford será em carros elétricos baratos e de baixo custo
Assim como várias concorrentes, a fabricante está revendo sua estratégia diante das recentes mudanças no mercado de carros elétricos. Fatores como os preços ainda proibitivos e a precariedade da infraestrutura de recarga ainda impedem a popularização deste tipo de veículo.
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O CEO da Ford, Jim Farley, revelou que a Ford está trabalhando em projetos de carros elétricos baratos e de baixo custo como resposta aos chineses e à Tesla, que também estaria desenvolvendo um modelo mais acessível.
No fim do ano passado, a BYD desbancou a Tesla e se tornou a maior fabricante de carros eletrificados do mundo. Isso aconteceu graças aos preços bastante competitivos de seus modelos, como o Seagull (que será lançado ainda em fevereiro no Brasil como Dolphin Mini), cujo valor parte de US$ 11 mil.
Chineses devem erguer fábricas no México
Durante um evento de tecnologia realizado em Detroit, Gjaja disse que a Ford projeta que as marcas chinesas construam fábricas no México como forma de driblar os 27,5% de imposto cobrados sobre os carros elétricos feitos na China.
A própria BYD já está procurando um local para erguer sua primeira fábrica em solo mexicano.
“Se eu estivesse administrando uma fabricante de autopeças na China, eu estaria procurando por um terreno no México porque você constrói uma base de fornecedores e ainda baixa os custos de produção e de encargos trabalhistas que podem facilitar o acesso aos Estados Unidos. Eles (chineses) vão chegar aqui (EUA) da mesma maneira que os japoneses, coreanos e alemães vieram. É um mercado grande”, concluiu.